Coroinhas de Santo Aleixo

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Semana Santa - Sábado

SÁBADO SANTO

Aspectos simbólicos e pastorais

O Missal Romano apresenta o sábado santo como o dia em que "a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e morte, e abstendo-se do sacrifício da missa, até que, após a solene vigília em que espera a Ressurreição, entregue-se às alegrias da Páscoa".

O sábado santo, portanto, é considerado um dia "a-litúrgico", isto é, sem celebração eucarística. É dia de respeito e meditação em torno do mistério que a Igreja acabou de celebrar na sexta-feira santa. É também o grande dia de Maria, a hora em que ela, mais uma vez, haverá de guardar "todas essas coisas, meditando-as em seu coração". Por isso, mais que acentuar o luto pela morte de Jesus, os fiéis já começam a preparar-se para o que virá, com grande solenidade, na noite da vigília pascal: a ressurreição de Jesus.


Preparativos e Símbolos

A vigília pascal, que Santo Agostinho chamava de "a mãe de todas as vigílias", vai da noite do sábado santo ao domingo da ressurreição. É uma vigília de oração em que os cristãos, vigilantes, aguardam o acontecimento central da história: a ressurreição de Jesus. Seu ponto mais alto é a celebração eucarística, que é o encontro com Cristo, o vencedor da morte.

O que é necessário preparar?

velas para que os fiéis acompanhem a procissão com o círio pascal;


pequena fogueira, fora da igreja, para a bênção do fogo novo;


turíbulo, no qual serão colocadas brasas tiradas do fogo novo; uma tenaz, ou instrumento adequado, para pegar as brasas e colocá-las no turíbulo;


· naveta com incenso;


círio pascal e estilete, o qual o sacerdote utilizará para gravar a cruz sobre o círio;


cinco grãos de incenso, que serão fixados nos pontos que representam as cinco "chagas gloriosas" de Cristo;


Missal Romano, com as fitas marcando as páginas da celebração da vigília pascal;


pia batismal e tudo o que se usa para o ritual do batismo, se houver batizado;


paramentos brancos para o sacerdote e os ministros.

Símbolos e gestos simbólicos


Os elementos simbólicos comunicam a riqueza e a importância da celebração:

o fogo novo, extraído da pedra, representa Jesus ressuscitado, a "pedra angular", que, saindo do sepulcro de pedra, vence as trevas do mal e vai ao encontro de sua glória;


o círio aceso e a procissão dos fiéis ao seu redor indicam a presença de Cristo ressuscitado, iluminando e guiando a sua comunidade. Lembra a presença de Deus que, na coluna de fogo, vai adiante do povo de Israel, iluminando-o na escuridão da noite. Recorda também as palavras de Jesus: "Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida" (Jo 8,12). A primeira e a última letras do alfabeto referem-se a Cristo, princípio e fim de tudo e de todos (o Missal Romano propõe as letras alfa e ômega do alfabeto grego); os algarismos do ano corrente apresentam o Redentor como Senhor absoluto da humanidade e dos tempos; os grãos de incenso, que se colocam nas quatro extremidades e no centro da cruz, representam as cinco chagas do Salvador;


• o canto solene da Proclamação da Páscoa recorda a todo o povo as maravilhas da redenção realizada por Cristo;


• as várias leituras da liturgia da Palavra dão-nos um panorama da história da salvação, salientando o amor de Deus pela humanidade e suas intervenções salvíficas, suas alianças desde a origem até a plenitude dos tempos, quando Jesus vem para dar cumprimento a tudo o que fora previsto desde os tempos antigos;


o batismo de uma ou várias pessoas. Com o batismo, inaugura-se a vida nova trazida por Cristo;


· a comunhão reforça nossa aliança com Deus;


os cânticos festivos, os aleluias, as flores e luzes em abundância, tudo indica que o clima é de alegria pela presença do Cristo ressuscitado entre nós.


Dinâmica da Celebração


A liturgia da vigília pascal constitui-se de quatro partes:

· liturgia da luz;

· liturgia da palavra;

· liturgia batismal;

· liturgia eucarística.

1. Liturgia da luz

a) Segundo várias passagens da Bíblia, o fogo é elemento de purificação, instrumento do julgamento de Deus e sinal da sua presença. A luz, por sua vez, indica a manifestação de Deus; o próprio Jesus, "luz do mundo"; os cristãos, que antes eram trevas, agora são luz no Senhor.


b) Na Bíblia, as trevas recebem amplo leque de significados: o mal, a desordem, o castigo, esconderijo dos que praticam o mal e o mundo pecador no qual resplandeceu a luz do Verbo encarnado.


c) Convém ressaltar o contraste de trevas e luz, para simbolizar a passagem da escravidão para a libertação, do pecado para a graça, da morte para a vida. Por isso, enquanto se faz a celebração ao redor do fogo e do círio, as luzes do ambiente devem encontrar-se apagadas. Serão acesas após a terceira vez em que se proclama: Eis a luz de Cristo, ao que os fiéis respondem: Demos graças a Deus!


d) Para a procissão, o turiferário vai à frente com o turíbulo; depois, a pessoa com o círio pascal aceso; em seguida, a assembléia. Como o povo de Israel era guiado pela coluna de fogo, assim os cristãos, por sua vez, seguem Cristo ressuscitado. Quem estiver mais perto do círio acende nele sua vela e vai espalhando a luz para outras pessoas. Chegando ao presbitério, quem leva o círio coloca-o em lugar próprio, ao lado do ambão, de onde será cantada a Proclamação da Páscoa. O círio é incensado.


e) O canto do Exulte, ou Proclamação da Páscoa, é um convite para que o universo inteiro - criaturas visíveis e invisíveis - celebre as maravilhas operadas por Deus nessa noite santa, ponto culminante de toda a história da salvação. Cristo ressuscitado é o novo Adão, o Cordeiro imolado, o vencedor da morte, que "liberta o pecador dos seus grilhões; dissipa o ódio e dobra os poderosos, enche de luz e paz os corações", segundo expressões do próprio hino. Durante o canto da Proclamação da Páscoa, a assembléia permanece de pé, com as velas acesas.


2. Liturgia da palavra


As leituras bíblicas são nove. As sete leituras do Antigo Testamento recordam os fatos principais da ação de Deus na vida do povo. A epístola e o evangelho mostram como Deus realiza em Jesus Cristo as promessas feitas ao longo da história da salvação.

a) Cada leitura é seguida de um salmo apropriado e de uma oração, que retoma o tema da leitura que acaba de ser proclamada.


b) Após a sétima leitura, canta-se o Glória, que pode ser acompanhado pelo toque de sinos, campainhas e outras expressões de alegria.


c) Terminada a proclamação da epístola, entoa-se solenemente o Aleluia ("Louvai a Deus").


d) O evangelho, de preferência cantado, seja precedido por uma vibrante aclamação. Depois da proclamação do evangelho, poderá haver alguma representação da Ressurreição.

3. Liturgia batismal

Desde os primeiros séculos, a Igreja ligou a celebração do batismo à noite pascal. Tertuliano (século IV) diz: "Páscoa é o dia mais conveniente para o batismo, porque nela se realizou a paixão de Cristo, na qual fomos batizados (mergulhados)". E São Basílio (século V) afirma: "Qual dia apresenta maior afinidade com o batismo do que a Páscoa? De fato, esse dia é um memorial da ressurreição, e o batismo é justamente uma força de ressurreição".


a) Um aspecto relevante da liturgia batismal é a bênção da fonte, indicando que a graça do batismo não vem da água, mas do Espírito Santo. Por isso, o sacerdote mergulha o círio pascal na água, enquanto pronuncia estas palavras: "Nós vos pedimos, ó Pai, que por vosso Filho desça sobre esta água a força do Espírito Santo ... "


b) Renovação das promessas batismais. A assem­bléia, de pé e com velas acesas, renova as promessas do batismo e a profissão de fé. Isso indica que o batismo é um compromisso que o cristão deve renovar e assumir a cada dia. Se houver batismo, seja este realizado bem à vista de toda a assembléia.

4. Liturgia eucarística

A liturgia eucarística é o ponto culminante de toda a vigília pascal. É a mais elevada ação de graças que a Igreja apresenta ao Pai, por ele nos ter dado seu Filho que morreu e ressuscitou. Toda a assembléia é convidada a participar da vida do Ressuscitado, pois, como proclama o prefácio pascal, Cristo é o ''verdadeiro cordeiro que tirou o pecado do mundo; morrendo, destruiu a morte, e ressurgindo, deu-nos a vida".


a) Apresentação das oferendas. É conveniente que os neobatizados levem o pão e o vinho até o altar. No momento da apresentação das oferendas (pão e vinho), o sacerdote poderá apresentar também as pessoas recém-batizadas.


b) Oração dos fiéis. Os neobatizados adultos podem ser convidados a participar, pela primeira vez, da oração dos fiéis.


c) Santo. Seja cantado com vibração.


d) Oração eucarística. Quando for possível, a comunidade é convidada a aproximar-se e ficar ao redor da mesa eucarística, a fim de realçar o sentido de intimidade e comunhão com o Senhor ressuscitado.


e) Comunhão. Os participantes são chamados a comungar o corpo vivo e glorioso de Cristo. Pela comunhão, os fiéis unem-se a Cristo e entre si.


f) Bênção solene. O Missal Romano traz uma bênção solene, que poderá ser cantada, e a assembléia participa respondendo: Amém.


g) Final. Após a bênção, todos podem cumprimen­tar-se com augúrios de Feliz Páscoa. Se possível, concluir a grande celebração com animada confraternização.


PRECE A CRISTO RESSUSCITADO

Jesus Cristo Ressuscitado, que rompes as cadeias da morte e estás acima das categorias de tempo e espaço, ensina-nos que morrer não é o fim, mas passagem para a vida eterna. Aumenta nossa fé, fortalece nossa esperança e incentiva-nos à prática da caridade. Tu, que aos apóstolos reunidos no cenáculo ofereces o dom da paz, vem visitar nossos lares, afasta de nós todo tipo de vícios, falta de respeito e violência, e ajuda-nos a manter um clima de compreensão e diálogo renovador.

Abençoa, Senhor Jesus, as famílias do mundo inteiro. Cuida de nossas crianças e jovens, move os governantes a defender os interesses do povo, criando mais empregos e melhores condições de saúde e segurança.

Que todos nós, seguidores de Jesus Ressuscitado, possamos unir nossas forças e inteligência para a construção de uma sociedade fraterna, em que todos vivam como irmãos e amigos. Acolhe nossa prece, ó Cristo Ressuscitado, tu que vives com o Pai na unidade do Espírito Santo.

Amém!




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