Coroinhas de Santo Aleixo

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Semana Santa - Sexta-feira

SEXTA-FEIRA SANTA


Seguindo uma tradição muito antiga, a Igreja hoje não celebra a eucaristia, mas põe em destaque a proclamação da Palavra. Nesse dia, a comunidade cristã reúne-se não para vivenciar um funeral, mas sim a morte vitoriosa de Jesus Cristo.

A celebração da Paixão do Senhor compõe-se de três partes: liturgia da Palavra, incluindo-se a oração universal, adoração da cruz e comunhão.

a) Liturgia da palavra

A profecia de Isaías (Is 52,13-15; 53,1-12) apre­senta-nos o servo sofredor, que é inocente, mas sofre as conseqüências de uma estrutura injusta da sociedade em que vive. Entretanto, é mediante o sofrimento do servo que o projeto de Deus terá sucesso. Esse servo é a figura de Jesus, que por sua paixão e morte alcança a salvação para todos. o salmo responsorial é tirado do salmo 31. O versículo 6 foi pronunciado por Jesus, na cruz: "Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito" (Lc 23,46). Com este versículo, escolhido como resposta da assembléia, a Igreja atribui a Cristo o salmo todo, descrevendo a sua paixão e seu completo abandono ao Pai.


O trecho da Carta aos Hebreus (Hb 4,14-16; 5,7-9) mostra-nos um Cristo obediente, que se torna causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem.


Aclamação ao Evangelho. Como preparação para ouvir o relato da Paixão, a assembléia canta parte do hino aos filipenses, na qual Jesus é exaltado e glorificado pelo Pai: "Foi obediente até à morte, e morte de cruz! Por isso Deus o exaltou grande mente e o agraciou com o Nome que está acima de qualquer nome" (FI 2,8-9).


Leitura da Paixão segundo João (Jo 18 e 19). Em vez de acentuar os aspectos do sofrimento humano de Jesus, o quarto evangelho destaca os sinais da sua divindade e da sua glória. Jesus realiza a obra de salvação não como vítima impotente, esmagada sob o peso da cruz, mas na atitude soberana e nobre de quem conhece o sentido e o rumo dos acontecimentos e os aceita na liberdade. Para Jesus, a cruz não é uma fatalidade, mas um instrumento de redenção para todo o povo.


Solene oração dos fiéis. O formulário atual, composto de dez orações, tem sua origem antes do século quinto. Com algumas adaptações, conforme a linguagem e as necessidades atuais da Igreja e do mundo, a oração universal exprime verdadeira­mente a abertura universal da comunidade cristã, consciente de que a salvação de Cristo é oferecida a todas as pessoas.

b) Apresentação e adoração da cruz

O rito da apresentação e adoração da cruz vem como conseqüência lógica da proclamação da paixão de Cristo. A Igreja ergue, diante dos fiéis, o sinal do triunfo do Senhor, que havia dito: "Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que Eu sou" (Jo 8,28).


Enquanto apresenta a cruz, o celebrante canta três vezes: "Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo". A assembléia, cada vez, responde: ''Vinde, adoremos!". Durante a procissão da adoração, entoam-se cânticos apropriados.

c) Comunhão

Embora não haja celebração eucarística, os fiéis podem comungar das hóstias consagradas na missa da quinta-feira santa. Mesmo que seja feita fora da missa, a comunhão é íntima união com Cristo, que se oferece por nós em sacrifício ao Pai.

Durante a comunhão, é bom escolher um cântico apropriado à circunstância.

Aspectos Simbólicos e Pastorais

A celebração da Paixão do Senhor desenrola-se em clima de recolhimento e respeito. Calam-se os instrumentos musicais. Evitem-se comentários longos, pois as orações e os elementos simbólicos falam por si.

Cor vermelha. A cor litúrgica da sexta-feira santa é o vermelho. Expressa a realeza de Cristo, vencedor da morte. O vermelho é também a cor do sangue dos mártires, e Jesus é o Mártir por excelência.


Prostração e silêncio. O presidente da celebração e os ministros dirigem-se ao altar em silêncio, sem canto. Feita a reverência ao altar, o sacerdote e os ministros se prostram. Esse gesto expressa profundo respeito diante do mistério da morte de Jesus e a tristeza dolorosa da comunidade cristã. Enquanto o sacerdote e os ministros estão prostrados, os fiéis permanecem ajoelhados e oram em silêncio.


Narrativa da Paixão. A história da Paixão segundo João é lida ou cantada por pessoas que fazem a parte do narrador, do povo e de Cristo (esta é reservada, de preferência, ao sacerdote). Eventualmente pode haver mais um leitor, para fazer a parte de outros personagens.


• Adoração da cruz. Adoramos a pessoa de Cristo crucificado. Para esse rito, escolha-se uma das duas fórmulas apresentadas pelo Missal Romano. Sejam cantados tanto o convite feito ao mostrar a santa cruz ("Eis o lenho da cruz..."), quanto a resposta dos fiéis ("Vinde, adoremos!"). Observe-se também um instante de silêncio cheio de reverência depois de cada apresentação da cruz. É recomendável que cada fiel tenha a possibilidade de aproximar-se da cruz e expressar seu gesto de adoração.


Comunhão. Onde for possível, os fiéis comun­guem das hóstias consagradas na missa da quinta feira santa.


Desnudamento do altar. Ao encerrar a celebração da Paixão do Senhor, faça-se o desnudamento do altar, colocando-se, porém, a cruz em lugar adequado, de modo que os fiéis possam contemplá-la.


Cânticos apropriados. Tenha-se o cuidado de escolher cantos que se refiram à Paixão do Senhor.


Via-sacra e outros exercícios de piedade. Por sua importância pastoral, que sejam valorizados os piedosos exercícios da via-sacra: procissão da Paixão e memória das dores de Nossa Senhora. Os dirigentes podem aproveitar a ocasião para transmitir aos fiéis o sentido profundo da morte de Jesus, e incentivá-los a participar também da vigília pascal, para que celebrem o mistério da ressurreição de Cristo.


Mensagem de esperança. Os responsáveis pela celebração da sexta-feira da paixão devem procurar transmitir ao povo sofrido uma mensagem de espe­rança e encorajamento, oferecendo-lhe perspectivas de ressurreição ("vida nova").




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