Coroinhas de Santo Aleixo

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Tempos Litúrgicos - Quaresma

QUARESMA

A palavra quaresma deriva do latim quadragé­sima, isto é: o quadragésimo (40°) dia antes da Páscoa. É tempo de preparação para a celebração anual do mistério pascal. Tem a duração de quarenta dias, sem contar os domingos, nos quais não se faz penitência. Começa na quarta-feira de cinzas e vai até a manhã da quinta-feira santa, com a celebração da bênção dos santos óleos.

O número quarenta tem, na bíblia, grande força simbólica: quarenta anos transcorridos pelo povo no deserto; quarenta dias em que Moisés e Elias se prepararam para encontrar-se com Deus no monte Horeb; quarenta dias e quarenta noites: duração ·do dilúvio; por quarenta dias Jonas pregou a penitência aos habitantes de Nínive; o próprio Jesus passou quarenta dias no deserto, lutando contra as tentações e preparando-se para a missão. Quarenta indica tempo de caminhada, purificação, renovação espiritual.

Com a Quaresma, inicia-se o ciclo pascal, cujo ponto mais alto é o tríduo pascal (sexta-feira santa, sábado santo e domingo da ressurreição), e se prolonga até a solenidade de Pentecostes.

Os domingos do tempo quaresmal são chamados de I, lI, III, IV e V domingos da Quaresma. O sexto domingo, no qual se inicia a semana santa, chama-se domingo de ramos e da paixão do Senhor.

Características do tempo quaresmal

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) oferece-nos clara síntese das características do tempo quaresmal:

Mais do que simples preparação para a Páscoa, a Quaresma é tempo de grande convocação para que toda a Igreja se deixe "purificar do velho fermento para ser uma massa nova, levedada pela verdade". É tempo de nos convertermos ao projeto de Deus, ouvindo e acolhendo sua Palavra sempre viva e eficaz, que nos faz retomar o que fizemos no batismo: a opção fundamental de nossa fé. Dedicando mais tempo à oração, vamos fortalecendo as razões de nossa esperança e assumindo o verdadeiro e mais agradável jejum: a prática do perdão, da justiça e da caridade como compromisso de "volta ao primeiro amor", selado na fonte batismal (cf. "Deus nos cerca de carinho e compaixão" - roteiros homiléticos da Quaresma, ano C, Introdução).

Eis os pontos salientes: retomar os compromissos assumidos no batismo; converter-se ao projeto de Deus; escuta a sua Palavra; dedicar mais tempo à oração; assumir o verdadeiro jejum, isto é, a prática do perdão, da justiça e da caridade.


Aspectos simbólicos e pastorais


Agora vamos considerar aspectos simbólicos deste importante tempo litúrgico e algumas propostas pastorais.

Aspectos simbólicos e sugestões pastorais


Cor roxa. Tem sentido penitencial. No 4° domingo, porém, por ser considerado domingo da alegria, pode-se usar a cor rosa.


Imposição das cinzas. Na Bíblia, como na maioria das religiões antigas, as cinzas simbolizam a insignificância humana. Diante de Deus, o ser humano é frágil e pecador. Por isso, a liturgia das cinzas, na quarta-feira, lembra aos fiéis sua condição de criaturas pecadoras e a necessidade de conversão.


Celebração penitencial. A comunidade reúne-se para ouvir a palavra de Deus, que convida à conversão e anuncia a nossa libertação do pecado pela morte e ressurreição de Cristo. O Ritual da Penitência propõe dois esquemas de celebração penitencial adequados ao tempo da Quaresma.


Sacramento da reconciliação. Além das cele­brações penitenciais, nem sempre acompanhadas do sacramento da reconciliação, a Igreja incentiva a prática da confissão sacramental. É ocasião favorável para o discípulo de Cristo voltar-se para Deus. Esta conversão interior, que compreende o arrependimento do pecado e o propósito de uma vida nova, expressa-se "pela confissão feita à Igreja, pela necessária satisfação e pela mudança de vida" (Ritual da Penitência, n. 6).


Jejum. O jejum é prescrito para a quarta-feira de cinzas. Nos outros dias, cada pessoa pode oferecer a Deus, com a inspiração do Espírito Santo, a penitência que se impõe. Entretanto, os atos exteriores (jejuar, por exemplo) devem ter íntima relação com a conversão interior. Seria inútil a pessoa abster-se de alimentos, e não se empenhar para melhorar seu relacionamento com Deus e com o próximo.


Oração. Os cristãos são convidados a intensificar a oração pessoal e comunitária, como expressões de intimidade com Deus e desejo profundo de realizar a sua vontade.


Prática da caridade. Os fiéis são incentivados, pelas diversas orações, à prática da justiça e do amor fraterno. O 3° prefácio da Quaresma convida-nos a quebrar nosso orgulho e imitar a misericórdia de Deus, repartindo o pão com os necessitados.


Palavra de Deus. A Igreja oferece um verdadeiro "banquete" de textos bíblicos apropriados à Quaresma, e incentiva os fiéis a ouvir com mais freqüência a Palavra de Deus.


Cantos adequados. Usar, de preferência, cantos inspirados nos textos bíblicos e litúrgicos. É vasto o repertório de músicas e cantos propostos pela Conferência Nacional dos Bispos.


Ausência do Aleluia. Durante a Quaresma, a Igreja deixa de proclamar o Aleluia, para entoá-Io solenemente na vigília pascal, enfatizando assim a importância e o caráter festivo da Páscoa.


Instrumentos musicais. Os instrumentos musicais são permitidos apenas para sustentar o canto.


Flores. Pede-se discrição quanto ao uso de flores no espaço celebrativo. Essa ausência de decoração, na Quaresma, tem a finalidade de recordar o tempo de penitência e de caminhada para a solene celebração da Páscoa.



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